terça-feira, 29 de dezembro de 2009


Se me indagas delicadamente, respondo-te de olhos fechados:


-Sabor de toda magia que o universo pode oferecer condensado na eternidade, do segundo de uma vida, do infinito de um instante.


E sinto por ser doce, puro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

[do irmão nas primeiras horas do natal]

- Tomara que você morra. Eu te odeio!
Você morta não vai fazer a menor diferença pra mim!

... e quem chorou não fui eu.

(Já pensou se eu morro mesmo?)

domingo, 6 de dezembro de 2009

De hoje

Se repita e permaneça
Antes que o vento mude
Antes que eu me esqueça

Me permita e compadeça
Antes que eu não te escute
Antes que eu enlouqueça

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Do sono

Cúmulo. Preguiça de dormir.
Se desligar do mundo. Levantar.
Escovar os dentes. Tirar maquiagem.
Pensar na roupa do dia seguinte.
Pijama. Livro. Despertador.
Se não fosse o ritual todo iria agora.
E tem a hora de imaginar a vida de outro jeito e a hora de agradecer pela mesma.
Tem a hora de se incomodar com o pernilongo e com o vento que não bate.
E vem o momento da ausência que incomoda e a saudade que insiste em bater.
E o momento "tá tudo bem assim", "vamos dormir".
E me concentro em não pensar no silêncio que me tira o sono.
Se fosse só fechar os olhos e dormir, dormiria.


sábado, 21 de novembro de 2009

Do querer

Me deixa te fazer uma canção?
Sem notas ecoando saudade
Falsas palavras imitando verdades
Jogando cantada sem razão.

Me deixa te fazer uma poesia?
Com todo meu medo contido
Sem rima e nenhum sentindo
Assim como você me fazia.


Tentei me achar normal pra não mais me admirar o estranhamento que senti de mim, em mim.

Do terror vivido no feriado

Pânico total!
Uma barata voadora no quarto. Um pulo magnífico da cadeira.
A maior velocidade até a porta.
Enquanto minha mão ia em busca de minha cabeça, pude virar e olhar na parede onde a barata havia pousado.
Em câmera lenta, no exato momento em que meus dedos pousavam em meus cabelos meus olhos encontraram a parede. Só a parede!
Cadê a barata?
Agora sim pânico. Agora sim velocidade.
O corredor até a sala mais parecia uma maratona. Corri mais que minhas próprias pernas.
Entre berros e ataques epléticos na sala, minha mãe entendeu minha quase morte enquanto espatifava meus cabelos.
Ótima mãe, me socorreu com o chinelo aos berros.
Mas nada me acalmava. Nada me fazia parar de me estribuchar no sofá com gritos de pavor.
Cadê a barata?
Berros. Chineladas na cabeça.
Tentei respirar enquanto meu corpo tremia.
Cheguei a sentir dor no coração.
Nada da barata. Desespero. Início de uma lágrima.
Início do riso de minha mãe. Achou a barata.
Um tic-tac que prendia minha franja.
Havia me esquecido da presilha em minha cabeça.
Cadê a barata?
Já estava morta no quarto pelo meu irmão.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Do apagão

No escuro ri do meu espanto por uma brecha de luz.
Ri do desespero de pessoas que mais pareciam formigas quando deslocadas de sua trilha rumo ao formigueiro.
No escuro vi o quão dependemos de máquinas e telas, e mais que isso, vi o nosso vício por toda facilidade elétrica.
E foi um caminho longo e pensante de volta à cidade que também me esperava na penumbra.

E quando tudo se aquietou na hora de dormir, o clarão se fez presente no brilho do olho quem tenta enxergar bons sonhos ( e os têm).
E quando tudo escureceu, me esclareci.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Do dia nublado

E quando tudo parecia controlado, veio a necessidade de me preencher
Fosse com as músicas que teceram a saudade
Fosse com o tempo se fechando e tornando meu humor mais cinza
Quando tudo parecia bem, veio a necessidade do meu esforço
Vindo da consciência de saber o que é melhor
Vindo do ar sensato e paciente que adquiro ao refletir sobre meu eu

E tudo que eu mais quis foi me esconder das nuvens
De companhia, bolinho de chuva da Toninha
Com suco de caju de garrafa de vidro
Era minha idealização de uma tarde perfeita.

(pena que não veio)

domingo, 18 de outubro de 2009

[do incrível luuquinhaaaiix]

- Sem tempo ruim com a gente. Nossa promessa!
Feito?
A pedidos: Terror na Antártida

(sem curiosidades agora)

O ali, aqui

Há meia hora para um filme que eu nem queria ver, penso no que poderia fazer para passar o tempo, já que as lojas e seus manequins não mais me prendem a atenção.
Sento, então, em um dos sofás e me submeto a presenciar as mais diversas cenas do cotidiano comuns ao meus. Tenho a ideia de escrever. O único papel: "este" (antes de digitalizadas as palavras).
Escrevo bobeiras sobre palavras já existentes, sinopses e horários. E sei que o desafio maior será (realmente está sendo) ler tudo que pensei em meio a centenas de letras já existentes meia hora antes do pão de queijo com chá gelado.
Tudo isso pra cumprir a vontade de ir ao cinema comigo mesma.
(acabo de me lembrar que havia um papel em branco na bolsa, o mesmo que contém, no verso, vestidos imaginados transformados em rabiscos numa possível tentativa de passar o tempo vez outra)
Volto a focar meu motivo de estar aqui. De repente por achar que me concentro melhor sozinha do que acompanhada. Minha companhia sendo eu mesma, pensa junto comigo. Igual. No meu tempo.
Se existia tempo no dia, por que não aproveitá-lo?
E mesmo sozinha me sinto bem em olhar os casais por todos os lados, sorrindo (sim! Algumas novelas funcionam)
Enquanto mãos dadas me esbarram meu beijo é com o canudo num gole de chá gelado. E rio de mim mesma.
E meu tempo acaba juntamente com o espaço escolhido para tantas bobeiras pensantes.
O filme? O que eu menos queria ver, mas o único que me evitará encontros e desconfortos na hora de ir embora pra casa.

(Tudo isso, depois de uma bela tarde de encantamentos previstos)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Excessos não surpreendentes

Me assusta essa certeza de proximidade
Me espanta o sumiço diante de promessas em palavras
Me excede os excessos interiores
Me surpreende o que não é mais de se surpreender

(acho que me habituo sem surpresas)

domingo, 4 de outubro de 2009

[do amigo argentino]

- Eu tava lendo o horóscopo e vi que hoje é o dia perfeito de se declarar a um argentino.

(sem comentários)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009


[do mais pirado dos fotógrafos]

- Depois da fotografia a música é a melhor coisa do mundo. Antes era minha namorada, mas...

sábado, 26 de setembro de 2009

Do que ousou tentar

Eu até que tinha uma ideia
Ideal agregado, junto
Juntando motivos no plural

Eu até que tinha um plano
Pleno, meigo e mútuo
Muito pra minha mania de singular

Sendo assim, volto ao meu normal.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Do que toca

Toque minhas palavras
num tom que nos caiba
musicando as letras que nos ilustram
nas entrelinhas dos nossos desacertos.

Dê-me a nota sem notar
se desafino nossa construção
pra não deixar acabar a canção
no caso de minha voz falhar.
[do filho de um professor da faculdade]

- Ô pai, o leite nasce no mercado?

(caótico!)

terça-feira, 15 de setembro de 2009


[das dúvidas de uma amiga]

- Eu não sabia se eu casava ou se comprava uma bicicleta.

(Ela comprou a bicicleta)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Você querendo ou não

Depois de ver determinada peça que frizava a promessa de não se perder dos amigos de escola, senti saudade dos meus.
Senti mais ainda pela promessa não comprida.
Sinto falta da risada de cada um.
E sei que estou prestes a fazer a mesma promessa com os amigos da faculdade, daqui três meses temos promessas para o resto da vida.
Queria fazer permanecer toda amizade, as antigas e as novas, até mesmo aquelas de pessoas que vi apenas uma vez.
Juntar com aquelas que não saem de perto, daqueles que já viraram irmãos.
Fazer uma coisa só, tudo aqui dentro de mim.
Prometo colecionar nossos risos e emoldurar nossos momentos.

(Luuquinhaiix, venha pra me ver e reunir a galera. Venha pra construir um pedaço de você em mim, aqui no meu espaço de amigos queridos. Você tem potencial!)



quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O dia pareceu noite de tão escuro
Escureci a vista pra evitar de lavar os cílios logo pela manhã.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Meio sorriso

O feriado me sorriu pela fome assustadora
Pela ausência das dores
Pelo alívio de bem-estar natural
(não precisou nem ir ao médico)
O feriado me sorriu pela graça da nossa arte
Pelos risos construídos em canções
Pelas piadas internas
(Boal me contou uma vez...)
O feriado me sorri ainda incompleto
Pelas visitas não vindas
Pelos desencontros do acaso
(e eu que achava que seria diferente)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009


[com o amigo que, sentado no chão, olhava para o céu]

- O que olhas?
- Não sei, só sei que é bonita.


domingo, 16 de agosto de 2009

Minha ansiedade foi morta pela gripe
Não me importaria em subir ao palco de máscara
Com uma plateia inteira mascarada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Do que inspira

Queria escrever sobre você
Os gostos, medos e lembranças
Seus tropeços e acertos
Sua história
Os lugares, conquistas e saudades
Suas surpresas e presentes
Sua vitória
Queria escrever pra você
As dúvidas, vontades e desejos
Seus defeitos e sorrisos
Seu encanto

As palavras, os olhares, o silêncio
Suas mãos e bocas
Seu corpo
Queria escrever em você
Os versos, canções e contos
Suas linhas e pontos
Suas frases
Os gestos, passos e notas
Suas formas e cores
Sua arte.

terça-feira, 28 de julho de 2009

De tantos

Começamos sem um começo
Repelindo-me pelos excessos ímpares
Afastando o certo pelo que duvidava em mim
Perdi com os meus erros
Voltei pela saudade
Me contendo pelo meu medo
Admiti meu mais puro querer
Tentei só pra ter certeza
Contento-me assim
Me calo diante do silêncio
Não me permito dores
Me escondo

Terminamos sem um fim.

sábado, 18 de julho de 2009


[do amigo arrentino]

Quando precisar de uma palavra amiga, com certeza encontrarei facilmente.
Mas onde vou encontrar milhares de palavras condensadas e delicadamente distribuídas em duas horas de viagens diárias?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A saudade tem mais peso sendo tia
Se ao menos não fosse coruja

Vontade de beijar
Apertar
Morder
Falar mole
Fazer você correr de mim
Vontade de correr até a Carolina Do Sul
Só pra te ver

Amo você, Biel.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

2.1

Quase vinte e um
Os extremos gritam
Atordoam o meio termo entre bebê e idosa
Nem uma coisa nem outra
Outrora queria brincar de adulta
Adulta, começa a descobrir a magia da brincadeira
Brincando do que não quer
Querendo o que não sabe brincar
Tem a cabeça nas nuvens e o sonho no lugar
Nunca desce do salto
Anda descalça mundo afora
Tem os pés no chão
E no chão, chora.

Coisas de gente grande

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Passeio ao Bairro do Éden

Na visita à uma amiga de infância que não via há anos
Me choco com as mudanças do bairro
Quase chorei por não ver os pinheiros da chácara que havia na frente da casa
Nem pinheiros, nem chácara

Disseram:
- É o progresso!

Incrível como a casa que tanto brinquei, diminuiu
Porque eu não me lembro de ter crescido nada

Não foi o que disse Dona Marinês, mãe de minha amiga
Ela nem me reconheceu e quase chorou por não encontrar os cachos que haviam nos meus cabelos
Eu disse:
- É o progresso!

Me senti bem pelo carinho que eles ainda guardam por mim
E eu por eles
Mas a emoção maior foi pelas coisas não encontradas

Nem pinheiros
Nem chácara
Nem mesmo minha amiga.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Passeio com a Suzy

Como combinado, mamãe e eu fomos ao centro da cidade
Durante as férias isso não poderia faltar
Mamãe diz: Vai logo, filha... vai ficar tarde!
No caminho eu digo que entendo o porque do papai não ter paciência pra caminhar com ela
- Vamos mãe, a senhora é muito lerda!
- Não consigo acompanhar você...eu não tenho essa perna de garça!
- Melhor que essas duas coxinhas de padaria!

Mamãe alega querer ver a paisagem
Tudo bem se a paisagem são carros, prédios e pessoas cinzas

Ela caminha e observa
Eu corro como se o dia fosse acabar na próxima buzina
Ela me leva à loja de artesanatos pra comprar as fitas, linhas e botões
Prometemos confeccionar bolsas, cachecois e colares

Tudo pra mim
Nos divertimos com as cores e texturas encontradas
Ela pede desculpa para a vendedora pela minha indecisão, e arremata:

- Eu ainda não sei porque eu saio de casa com ela
- Eu rio do exagero e a vendedora também
Ela declara no meio da rua que se sente a empregada ou minha babá
- Você vai na frente olhando tudo eu fico te seguindo com um monte de sacola!

- Então anda só um pouquinho mais rápido!
- Posso ir olhando a paisagem em paz?
Eu procuro pela paisagem e rio

Peço ajuda pra achar uma blusa branca básica, ela não se aguenta:
- Isso é básico pra você? Que básico mais espalhafatoso
Eu rio do exagero, a vendedora também

Na procura por falsas pérolas:
- Não gostou de nenhuma, filha?
- Na verdade estou esperando me dizer que vai me dar o da senhora como herança
Ela pisca
Eu sorrio

Andamos, andamos, andamos e não fizemos metade do que tínhamos planejado
Prometemos voltar antes do fim de minhas férias
Espero ansiosa pelo passeio mais divertido do mês
Terminamos o dia com chá gelado e pão de queijo

Uma rindo da outra
Voltamos pra casa de mãos dadas
A filha puxando a mãe
E com sua sabedoria, ela finaliza:
- Eu não ando depressa pra não chegar rápido na morte

E nós sorrimos.


domingo, 5 de julho de 2009

Feliz, feliz

De volta ao teatro!
O domingo mais feliz do ano
Me sinto até enferrujada
Me deixa brincar de zap-zup e já está tudo bem.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Julho

Acordar sem o despertador
Tomar café da manhã em pleno almoço

Assistir a todos o filmes e seriados
Ficar vendo TV em dia de chuva
Bolinho de chuva da mamãe pra tomar chá no fim da tarde
Coberta, pijama e meia se arrastando pela casa

Sair sem me preocupar se vou trabalhar com olheiras no dia seguinte
Esconder as coisas da faculdade
Arrumar o quarto e encontrar bilhetes de saudosos amigos
Me divertir com cada lembrança

Meus 21 anos em vários dias de comemoração
Churrasco no meio da semana
Leituras extras
Teatro, aula de dança, cinema
Me programar pra dar conta de tudo e todos
Administrar todas as paixões
E ainda tem o dia da pintura de palhaço com as sobrinhas

Esse negócio de férias está me rendendo sorrisos preguiçosos.

[do que só pensa]

...mas sei lá papel e caneta não é muito o meu forte
não por não gostar, mas sim por não saber direito tranpor dos pensamentos para algo concreto.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Um dos fins

De que adianta falar quando não se pode ouvir?
Escritas não mostram respirações
Leituras não enxergam olhos e lábios
De que valem as ideias quando prevalece a mesmice?
Medos escondem possibilidades
Falta de espaço priva pensamentos
De que valeram as danças se não há mais canção?
O cavalheiro resolve se sentar
A dama sozinha pisa no próprio pé.


(Logo eles?)


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dos motivos

Por onde eu começo?
Onde, afinal, tudo começa?
De dentro pra fora quando sem permissão me invade e transborda
Se ilustram nas letras mal colocadas
Nas palavras repetidas
De dentro, das inquietações
Do riso que contém meu bom e velho humor

Da ansiedade que me mantém sonhada ao acordar
Da certeza que me deixa dormir segura sem dúvidas sobre próximas manhãs
Começa no que eu tento expor além de mim
De fora pra dentro quando por descuido me invade e se guarda
Se acomodam nas entrelinhas mal situadas
Nas vontades repetidas
De fora, dos experimentos
Da lágrima que eu não me permito mostrar
Da novidade que me mantém acordada após sonhar
Da incerteza que não me deixa fechar os olhos mesmo quando me obrigo dormir
Começa no que eu tento privar de mim mesma.
Das coisas que brotam
Das coisas que cultivo

E agora termino por onde?



domingo, 14 de junho de 2009

[do, somente, Diogo]

Não sei se estou indo ou vindo nessa coisa minhoca
Porque a vida é como minhoca, um absurdo sem pé nem cabeça.
[do das palpitações]

O seu eterno é chiclete, dura enquanto tiver açúcar.

Da falta

Pra não deixar em branco
Vou dar um berro contido
Para trincar minha mente
E silenciar esse buraco gritante

Pra não passar em branco
Meu mais colorido vestido
Fará meu eu sorridente
No meu interno baila dançante

Mesmo sendo vinho branco
Te farei o mais saboroso tinto
Brindar nosso orgulho insistente
E matar num gole o que se fez distante

Numa folha em branco
A tentativa de um conto bonito
Do que veio a frente
Do mais belo e infinito instante

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Entre parênteses

A volta do que nunca saiu do lugar
Faz uma cabeça oca cheia de coisas
A pensar no que ela jamais haveria de(veria!) lembrar
Músicas, lugares e doces
Palavras, cheiros e sabores
Passam num leve sentir parecido com saudade
Passam num ir e vir invadidos de nostalgia, poesia e vontade
De fazer acordar todas as borboletas meramente adormecidas que habitam meu estômago.

domingo, 7 de junho de 2009

[de um imigrante legal em sua época ilegal, por sinal, um amigo bem legal]

LLEGUE DE TIERRAS LEJANAS PARA PODER TRABAJAR...AHORA HASTA EL CABALLO TU ME QUIERES SACAR!

domingo, 31 de maio de 2009

[da mais amada caçula]

Pronto, sairemos, daremos as mãos e caminharemos. PRONTO.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

[das confissões de uma amiga]

- Ai, Kety...sabe uma coisa que está acontecendo comigo e está me deixando preocupada?
- O que, ?
- Estou me apaixonando pelo meu namorado.
- Puts!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

[da moça nova da van, Flávia]

Se o capital fosse palavras, VOCÊ seria o investimento mais seguro e rentável do mercado...Você capta o som e transcorre palavras...Lembra? Portanto uma hora a crise passa e os negócios voltam ao normal... e então você volte a falar... e falar... fique bem.

Dos vícios

Falo e amo falar
É mais forte que eu
Já tentei um auto-tratamento mas recaí
Falo: Eu amo falar
Falam: Não diga!

Vivo das palavras que habitam minha língua
Me divirto com elas mesmo quando a fala não sai
Engulo a fala pra só pensar
E penso tanto que penso alto, logo, falo
Falo baixo quando lembro das minhas amigas cordas vocais
Falo bem, mal e mau
Falo pelos cotovelos
Pelos olhos
Falo, falo , falo
Tanto que me calo
Mas sei que não dura muito
Meu amor pelas palavras fala mais alto
Enquanto vou reconstruindo a fala
Apreciem o silêncio.

domingo, 24 de maio de 2009

[da garotinha de uns cinco anos (que eu nunca vi na vida) que brincava em seu prédio]

- Acho que sua mãe tá chegando, Pedro!
- Ah é, como você sabe?
- Sabendo, ué...intelectação feminina!

A caminho do teatro num sábado amargo, eu ri.

Pra você



Lembra, Gui... você na fila pra coletiva de imprensa do Teatro Mágico?
Aliás, eu na fila e você tentando furar
Seus amigos falando da minha tatuagem só pra puxar assunto e pegar um lugarzinho junto
Tudo começou ali
Você era o que mais me fazia rir
(e que bom que tivemos muitas outras depois)

Eu pensava " como ele é doido, só podia ser de Publicidade e Propaganda"
Lembra que eu pedia silêncio porque eu estava com medo de ser expulsa de lá junto com vocês?
Nossa foto desse dia é meu maior tesouro
Todas as vezes que te encontrava no bar (deveria ser dentro da faculdade, mas enfim) eu tinha certeza que riria com qualquer coisa que fosse sair da sua boca
Não tinha como te encontrar e não te abraçar (o melhor abraço)
E agora o que fica?
Fica a saudade de um amigo divertidíssimo
Fica o som da sua vóz meiga
A sensação boa de rir com você
De rir de você me pedindo um beijo
O seu biquinho insistente...
Fica a nossa última cena
Eu conversando com o Hippie na praça enquanto ele me fazia um anel que, segundo ele, me traria sorte
Você descendo e eu gritando "Guiii, meuu amooor"
Você me abraçando e num diálogo rápido nos despedimos com um "até mais"
Foi o abraço mais apertado, mais silencioso
Dois dias depois podemos entender o silêncio
Eu sei que você só queria me mostrar que vamos ficar um tempo sem nos ver, sem nos falar
Porque como Milton já dizia "Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar"
E sei que enquanto isso não acontecer, a saudade vai ser imensa

E sei também que sou abençoada de ter te conhecido em vida
"Mas essa vida é passageira
Chorar eu sei que é besteira
Mas, meu amigo, não dá pra segurar"

(essa música insiste)

É Gui, não da pra segurar
Sentirei sua falta!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Do pingo fez-se o riso

Na mudança de hábito, a mais simples
Vi a diferença do novo
O que era ao lado fica a frente

O que era canto fica colado
O que era costa virou meu reflexo
Nos pés, a cabeça
Nos cabeça, os pés e a porta
A lua que enxergava ainda vive
Vive misturada na luz refletida do espelho embaçado

Gosto da mudança
De sair da rotina
Quem sabe dormindo errado
Sonho certo, sonho bem sonhando?

(Tudo fora do lugar, ao acordar se sentirá perdida)

domingo, 17 de maio de 2009

[de um amigo]
Por que você não é normal, heim?

Nenhuma novidade

Veio na cabeça tudo que queria escrever
Na ponta da língua o que não consegue falar

Se colocam em papel e caneta o que pensa sobre o que sente e sua ausência por palavras
Deveria escrever a ideia, mas se limita à crítica de sua inspiração e a falta da mesma
Veio na mente coisas distintas
Cheiros, músicas, lugares e sabores
Correlacionadas num entrelaçar parecido com saudade
Veio na boca a vontade

Do grito, do beijo, do canto
Se misturam à pensamentos, tinta e papel
Num emaranhado parecido com sentir

sábado, 9 de maio de 2009

Da saudade


Tentando definir o que é saudade chego a conclusão que pouco sei sobre ela
Achava que sabia mais e que sentia menos
Não sei quem a inventou e nem como amenizá-la
Não sei como pode ser tão extrema e distinta
Pensava que era controlável e não sabia que chegava a ser doce
Não imaginava que sua composição poderia ser a mais variada entre o passado e o desconhecido
E em sábado chuvoso minha saudade se supriu em filmes bonitinhos e chá
Os filmes acabaram e com eles o chá, e o telefone não tocou
Por um momento então, nada mais se supriu

Deu saudade dos amigos e das risadas compartilhadas
Saudade do irmão que mora longe
Logo, no almoço de Dia das Mães, ninguém mais que a minha vai sentir isso que eu tento definir
Mamãe ficará com os olhos marejados quando falar o texto costumeiro: "Só falta o Duda"
(ela sim sabe o que é sentir saudade)

E na mistura de saudosas lembranças surge a saudade do que ainda não se sente
Antecipo-me em sentir e descubro que não podia sentir tanto
Como isso pode acontecer?
Talvez seja vontade de viver o tão sonhado futuro, o qual me faz batalhar incansavelmente

A saudade do desconhecido me faz correr além do que eu acredito
Me torna plena, única

E isso da saudade porque sei a intensidade que será vivida
Rompe a barreira do "só sonhar" e se torna certeza pelo tamanho querer.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A nova

É quando tudo que enxerga se indaga em um pensamento constante
É quando o que lhe falta, se torna inteiro pelo simples fato de sonhá-las
Pelo que se vê, se sente, se busca...
Cresce a vontade de transbordar em palavras o que a mente não cala

Mostro aqui, os momentos vagos do que chamam sentir
Extraídos das linhas, entrelinhas, bordas e rascunhos o que a caneta interpretou dentro de algum segundo corriqueiro.