quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Experimentação de cena para peça Baal II

Prólogo

Palhaços que riem da morte gozando a vida e seus sabores
Equilibristas embriagados domados por adestradores
Aqui bailarinas tropeçam seus sonhos para saciar o insaciável
Matam a sede num gole de tormento boca de gosto intragável
O que vocês verão hoje é sentir da vida na canção e poesia que flutua
Em arquibancadas podres, a lona o céu e suas estrelas nuas
E podem entrar que tem poeta a engolir seus acordes afiados
Cantando a mulher alheia em troca de um corpo afogado
Mas quem aqui nunca quis morrer por estar apaixonado?
E venham ver o amor em suas performances sem pudores
O prazer à luz do dia em suas infinitas cores
Em quem aqui nunca desejou o amor a céu aberto neste circo de horrores?
Mas venham rápido, pois e espetáculo dura um infinito instante
Onde mentiras são vendidas a olhos de verdades distantes
Afinal, quem não desconfiou da mulher barbada disfarçada em corpo de homem amigo-amante?
Neste palco tem desejo selvagem com beijo na ponta do nariz
Tem a razão trocada por aventura e você o que me diz?
Vai dizer que não perderia seu juízo pra viver poeticamente feliz?
E nesse palco tem rosto pintado pra esconder a dor
E nessa dança tem passos errados? Tem sim senhor!
Mas quem aqui não trocaria de papel pra viver esse louco e estranho amor?
Sintam-se a vontade, o espetáculo já começou.


(Para Jéssica Lusia pelo desenterro de tal)

sábado, 25 de setembro de 2010


Haverá de um dia

o dia ser pleno
em seu curto tempo
de encanto efêmero.

Virá de ser canto
o tanto que torna atento
o julgar de ser pouco
tamanho acalento.