sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

[Da fome dela à minha falta de apetite e o tão esperado diagnóstico]

Após um apelo do estômago dela, ela diz:

─ Eu preciso comer, porque meu estômago está numa briga louca aqui.
─ Não discuta com ele, só obedeça.
─ Idem! Ah não! O seu problema é que o seu não reclama, ? É comportado... Será que ele é mudo e a gente não sabe?
─ Olha, eu não nunca tinha pensado nisso! Acho que ele está em depressão... Resolveu se fechar para o mundo.
─ Coitado! E pra ajudar você nem bebe pra deixá-lo elegrinho e se soltar.
─ Ele desistiu de mim.
─ Terapia nele! Ajuda...
─ Se existe “boca do estômago” deve existir “cabeça do estômago”... Vou deitar no divã de bruço.
─ Mas pense: Ele não fala! Tem que fazer a leitura de expressões.
─ Acho que nem se expressar ele sabe.
─ Por outro lado a dona sabe muito bem, até é atriz.
─ Por isso que ele não me pede mais comida, porque ele sabe que eu quero viver de arte... Ele já está sabendo que a comida será pouca.
─ Pode ser! Mas ensina pra ele a língua de sinais, quem sabe ajuda? Ou ainda deixe um caderninho e caneta em vários móveis, aí ele passa e escreve igual o irmão da Miss Sunshine.
─ Ou então vai ver que eu estou precisando de uma paixão daquelas! Quem sabe meu estômago topa se alimentar de borboletas?
─ Verdade!
─ Vou ali me apaixonar e já venho.


(Participação especial de Flávia Macedo, a dos sonhos e ideias criativas).

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